quinta-feira, 26 de abril de 2012

Tributo ao Los Hermanos – Re-Trato (2012)

A banda carioca Los Hermanos comemora neste ano 15 anos de carreira. Em homenagem ao grupo que influenciou uma grande porcentagem da música popular brasileira, e porque não, trouxe de volta todo um romantismo/melancolia às poesias musicais. A Musicoteca reuniu 30 artistas brasileiros para retratar alguns de seus clássicos, cada um com sua maneira e estilo, em dois discos lançados de forma gratuita e independente.

Dos artistas selecionados para gravar as canções dos dois discos poucos aparentam ter alguma afinidade de referência musical com o quarteto carioca, muitos insistem em comparar e citar a célebre frase: “parece com Los Hermanos”, mas nestes álbuns a história é diferente. Essa coletânea parece mais um apanhado de revelações da música brasileira fazendo sua interpretação para as belas canções do grupo. Entre os destaques: Bárbara Eugênia canta lindamente ‘O Pouco que Sobrou’; Banda Gentileza faz uma versão de ‘Primavera’ bem caseira e parecida com a original; Do Amor faz uma versão com muito frevo da música ‘Todo Carnaval Tem Seu Fim’, bem animada e divertida; Cícero traz uma versão bonitinha da música ‘Conversa de Botas Batidas’, sem nenhum alarde e em alguns momentos lembrando a versão original.

A nova música brasileira foi muito bem representada nessa última década graças ao Los Hermanos. De 15 anos pra cá misturar rock com a leveza da MPB e o balanço do samba era algo inusitado, comprovando que a fórmula de misturas regionais podem fazer um diferencial imenso para o trabalho da artista. Que diga Chico Science e sua Nação Zumbi que provaram do mesmo doce.

Los Hermanos foi o pontapé inicial da nova safra de artistas independentes que conseguiram criar um público fiel em seus shows, um público diferenciado inovando a forma de fazer/ver um espetáculo musical. Rodrigo Amarante e Marcelo Camelo deixaram saudades a seus fãs em suas composições e agora seguem em carreira solo.

O primeiro disco intitulado ‘Los Hermanos’ de 1999 trouxe toda uma influência de ska e hardcore que consagrou o grupo, destaque para Anna Júlia e Primavera. Em 2001 foi a vez do ‘Bloco do Eu Sozinho’, com grande influência do samba e da bossa nova conseguiu criar um público fiel e colocar a banda num patamar mais aprimorado da música brasileira. ‘Ventura’ de 2003 foi o primeiro disco a vazar na internet antes do lançamento oficial. O último disco de estúdio, ‘4’ foi um trabalho introspectivo com um grande toque de MPB, que acabou influenciando a carreira solo de Marcelo Camelo e ao rompimento da banda. Em 2012 anunciam uma breve reunião comemorativa de 23 shows por 11 capitais e em abril, o lançamento de todos os discos em vinil. E com esta coletânea/tributo marca a influência da banda nos artistas de hoje e de amanhã. Se você tiver a oportunidade de ver um show dos caras, não perca, você ficará de frente com uma das bandas mais expoentes do cenário nacional, com todo mérito.

FICHA TÉCNICA

Artista: Vários
Álbum: Re-Trato
Ano: 2012
Selo: Musicoteca
Ilustrações: Luyse Costa
Masterização: Eduardo Kusdra

FAIXAS – DISCO I
1. Todo Carnaval Tem Seu Fim – Do Amor
2. Vento – Quarto Negro
3. Morena – Tiago Iorc
4. Retrato pra Iaiá – nana
5. Último Romance – Graveola e o Lixo Polifônico
6. A Outra – Estrela Ruiz Leminski e Téo Ruiz
7. Condicional – Pélico
8. Além Do Que Se Vê – Cohen e Marcela
9. Primavera – Banda Gentileza
10. Deixa o Verão – Tibério Azul
11. Tá Bom – 5 a Seco
12. A Flor – Nervoso e os Calmantes
13. Anna Júlia – Velhas Virgens

Bônus Tracks: 
14. Dois Barcos – A Banda Mais Bonita da Cidade
15. Onze Dias – Rafael Castro
16. Azedume (instrumental) – Fusile
17. Anna Júlia (english version) – Velhas Virgens


FAIXAS – DISCO II
1. Um Par – Dan Nakagawa
2. Cara Estranho – Leo Fressato
3. Sentimental – Phillip Long 
4. Fingi na Hora Rir – Nevilton 
5. Do Sétimo Andar – Érika Machado
6. De Onde vem a Calma – Hidrocor
7. O Vencedor – Rodrigo Del Arc e Galldino
8. O Velho e o Moço – Maglore 
9. Samba a Dois – Jô Nunes
10. O Pouco que Sobrou – Bárbara Eugênia
11. Conversa De Botas Batidas – Cícero
12. Pois é… – Transmissor
13. Casa Pré-Fabricada – Lula Queiroga

Bônus Track:
14. Morena – Wado
15. É de Lágrima – João e os Poetas de Cabelo Solto 
16. Adeus Você – Nuvens

O projeto conta ainda, com uma série ilustrações exclusivas interpretadas pela artista plástica, Luyse Costa

CLIPE ADEUS VOCÊ - NUVENS



quarta-feira, 4 de abril de 2012

Tributo a Odair José - Vou Tirar Você Desse Lugar (2005)

O que antes era considerado por muitos como “brega” pelas ondas sonoras da FM. Hoje, o cantor goiano Odair José vive uma fase “cult”. Saindo de um período longo de ostracismo, conseguiu se popularizar junto a um público mais jovem, onde eles tiram suas próprias conclusões sobre a música nacional da década de 70. E nessas novas críticas, Odair José não é o símbolo de um artista desprezado, para muitos é a redescoberta da salvação musical de um cenário musical elitizado e indie-americanizado.

Parece moda artistas que foram desprezados no passado, começarem a ter seu trabalho reavaliado por novos artistas do cenário nacional. Essa é uma forma de manter viva a história da música popular brasileira. Neste disco temos Paulo Miklos (Titãs) apresentando uma versão bem rock’n’roll na música “Vou tirar você desse lugar”, destaque para a guitarra de Rick Bonadio bem distorcida e os versos finais da música “Candy” do Iggy Pop. O Pato Fu dilacera corações com a voz carinhosa de Fernanda Takai em “Uma Lágrima”, solo desconcertante da guitarra de John Ulhoa. Mombojó fez a melhor versão do disco com “Ela voltou diferente”, uma música sutil e muito triste, o clima que o órgão traz a música é de fazer chorar. Columbia também fez uma bela versão com uma voz feminina para a música “Eu queria ser John Lennon”, uma pegada bem rock. Entre os artistas selecionados, se pudéssemos citar um que mais se aproxima do som de Odair, é o fã confesso Zeca Baleiro, com uma versão em violão de “Eu, você e a praça”. Mundo Livre S/A traz a versão mais estranha e inclassificada do disco, com uma base eletrônica e a voz de Fred 04 recitando a letra. “Nunca Mais” traz todo o clima lisérgico da versão original com um toque de rock da banda Shakemakers. O Sufrágio traz o refrão mais pegajoso do disco com “Cadê Você” (que nunca mais apareceu aqui). O Jumbo Elektro do vocalista Tatá Aeroplano faz uma versão maluca e enérgica para “A noite mais linda do mundo”. Essas são algumas músicas de destaque no disco que, por ser um tributo, consegue com grande proeza homenagear as várias vertentes fases da carreira de Odair José.

Odair José não teve vergonha de denunciar a mulher por agressão. Não teve vergonha de ir a uma passeata e defender a classe das empregadas domésticas. Não teve vergonha de escrever sobre cabarés e uma possível paixão por uma prostituta. Não teve vergonha, em plena ditadura, de defender o uso do anticoncepcional feminino batendo de frente com a igreja católica. Não teve vergonha de enfrentar um público elitizado sob vaias, cujo mesmo foi convidado por Caetano Veloso para dividirem o palco na música “Vou tirar você desse lugar”. Teve a música “A Primeira Noite de um Homem” proibida pela censura da época e viu vários de seus sucessos ocuparem o primeiro lugar da rádio. Foi o primeiro artista nacional a gravar uma ópera rock com o disco “O filho de José e Maria”. Odair José é uma grande referência para artistas como Arnaldo Antunes, Zeca Baleiro, China, Tatá Aeroplano, Marcelo Jeneci e Fernando Catatau. E você ainda vai ficar na dúvida de conhecer a obra desse grande artista. Deixa essa vergonha de lado, essa coisa de gostar escondido não existe mais. Chegou a hora de você redescobrir a poesia popular do Bob Dylan da Central do Brasil.

FICHA TÉCNICA
Artista: Vários
Álbum: Tributo a Odair José - Vou Tirar Você Desse Lugar
Ano: 2005
Gravadora: Allegro Discos
Produzido por: Sandro Belo

FAIXAS
01- Vou Tirar Você Desse Lugar - Paulo Miklos
02- Vida que Não Pára - Suzana Flag
03- Uma Lágrima - Pato Fu
04- Eu Queria Ser John Lennon – Columbia
05- Ela Voltou Diferente - Mombojó
06- Eu, Você e a Praça - Zeca Baleiro
07- Deixe Essa Vergonha de Lado - Mundo Livre AS
08- Foi Tudo Culpa do Amor - Suíte Super Luxo
09- Nunca Mais – Shakemakers
10- E Ninguém Liga pra Mim – Leela
11- Cadê Você – Sufrágio
12- Esta Noite Você Vai Ter Que Ser Minha - Picassos Falsos
13- A Maçã e a Serpente - Poléxia
14- A Noite Mais Linda do Mundo - Jumbo Elektro
15- Uma Vida Só - Arthur de Faria e Seu Conjunto
16- Que Saudade de Você - Terminal Guadalupe
17- Vou Contar de Um a Três – Volver
18- Cotidiano nº 3 - Los Pirata

DOWNLOAD DO DISCO

GRÊMIO RECREATIVO – A NOITE MAIS LINDA DO MUNDO (A FELICIDADE)
MTV - Grêmio Recreativo 2011. Arnaldo Antunes com Odair José, Otto, Paulo Miklos, Bárbara Eugênia e Cidadão Instigado.

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terça-feira, 27 de março de 2012

Vanguart - Boa Parte de Mim Vai Embora (2011)

Em 2007 surgia no cenário independente nacional um quinteto fortemente influenciado pela música folk norte-americana. Esses músicos causaram um grande alvoroço e foram intitulados como um dos grandes nomes no gênero folk, até então pouco explorado no país. Fizeram grandes sucessos mesclando músicas cantadas em inglês e português. Agora, após 5 anos amadurecendo este projeto, eis que ressurge uma banda totalmente reformulada com um álbum todo cantado em português. Desprendendo a banda de um rótulo vazio e ampliando um pouco mais as influências da banda, tudo isso carregado sob um clima romântico e pelos ares sujos da cidade de São Paulo. Estamos falando dos mato-grossenses do Vanguart, uma banda que como poucas consegue se reinventar sem cair no tradicionalismo da música brasileira.

“Boa Parte de Mim Vai Embora”, o segundo cd da banda foi registrado em 3 dias num esquema ao vivo. Sua concepção partiu da ideia de uma aproximação do grupo com o público, por isso este álbum soa mais popular e transparece uma poética mais sentimental numa mesma medida. Fim de relacionamentos, melancolia amorosa e a literatura transformaram o som do
Vanguart em algo sofisticado e de mais fácil apego.

Se você deseja afogar suas mágoas ao clima de bebida e música inspiradora, “Boa Parte de Mim Vai Embora” é um disco que te fará refletir sobre suas desilusões e sofrimentos.
Hélio Flanders é o novo poeta da música brasileira, sua mensagem nostálgica deve ser apreciada conforme você irá se entregando emocionalmente as canções, se você não está passando por este momento sua conclusão pode ser a de um disco bem cansativo. Algo se rompeu e está começando nessa fase da carreira da banda, é a descoberta das semelhanças entre o amor e a sarjeta, ou algo que se mantém vivo no coração mas perdido em matéria.


FICHA TÉCNICA
Artista: Vanguart
Álbum: Boa parte de mim vai embora
Ano: 2011
Gravadora: Vigilante (Deck)
Produzido por: Vanguart

FORMAÇÃO
Hélio Flanders - vocal, violão e gaita
Reginaldo Lincoln - baixo
David Dafré - guitarra
Douglas Godoy - bateria
Luiz Lazzaroto – teclado
Part. Especial de Fernanda Kostchak - violino

FAIXAS
01. Mi Vida Eres Tu
02. Se Tiver Que Ser na Bala, Vai
03. Desmentindo A Despedida
04. Nessa Cidade
05. Engole (Arde Mais Que Brasa Em Pele Quente)
06. A Patinha Da Garça
07. Eu Vou Lá
08. Onde Você Parou
09. ... Das Lágrimas
10. Amigo
11. Morrerão
12. O Que A Gente Podia Ser
13. Depressa

DOWNLOAD DO DISCO
OPÇÃO 1

VÍDEO CLIPE – MI VIDA ERES TU
Sensacional a interpretação do pequeno beatnik sonhando com uma vida adulta e boêmia.
Ficou bala!

segunda-feira, 19 de março de 2012

Cidadão Instigado - Uhuuu! (2009)



Entre Roberto Carlos e Pink Floyd, o guitarrista cearense Fernando Catatau e companhia lançaram em 2009 o excelente álbum Uhuuu! O disco foi gravado com o patrocínio da Funarte e com o apoio do Projeto Pixinguinha, com o investimento financeiro neste projeto a banda conseguiu gravar o disco com uma produção aprimorada, gravando em fita, tudo bem planejado.

A banda que trabalha junta desde 1994, consegue equilibrar os projetos paralelos dos integrantes com o tempo da banda, afinal são amigos de longa data e a mensagem nas músicas é forte, algo que eles viveram ou que realmente tenham acontecido. Você pode encontrar um ou outro tocando por aí com Arnaldo Antunes, Otto, Karina Bhur, Bárbara Eugênia, isso só comprova a versatilidade e a primazia dos integrantes na nova geração da música brasileira.

“Uhuuu!” é um disco com seu tempo, um registro de uma época, Catatau diz no mini documentário que existem músicas de 10 anos atrás presentes no disco. As canções não exploram estilos musicais, parecem pequenas histórias românticas, que passam por nossa vida deixando grandes emoções. “Uhuuu!” não é uma simples expressão surfista (Catatau foi durante muito tempo body-boarder) ou uma saudação aos amigos de Fortaleza, mas um grito de guerra às coisas boas, que traz uma simplicidade às coisas que não precisam ser respondidas, deixem que elas explorem seus sentimentos.

“Contando Estrelas” é o hit brega-setentista carro chefe da banda. Em “O Nada” e o “O Cabeção”, esta última com participação do Arnaldo Antunes, trazem o rock progressivo ao som da banda, aliás podemos notar uma grande influência de Roger Waters no estilo de Fernando Catatau. “Escolher pra quê” é rock, simples, sem muita frescura. “Como as Luzes” é a música mais romântica do disco, a letra é linda e mostra todo o sentimento de Catatau nesta composição. “Homem Velho” é uma homenagem a Neil Young, uma balada divertida, dançante e emocionante. O disco é cheio de vertentes, a banda conseguiu explorar esse lado psicodélico-viajante com boas letras, muitas românticas, e com um instrumental impecável, não é a toa que Fernando Catatau é um dos melhores guitarristas brasileiros da atualidade e seus músicos bastante requisitados na nova música popular brasileira, é preciso ser diferenciado para conseguir status como eles conseguiram.

Catatau é uma pessoa simples, honesta e de coração bom. Já ouviu muitas críticas por sua voz, tem plena consciência de suas excelências e limitações: “Se falam bem, massa! Se falam mal, massa! Eu faço o que gosto e acho que isso já basta pra mim!”. É impossível não gostar do som brega-setentista do Cidadão Instigado, ouça de mente aberta. Abra as portas das suas casas e deixem os Cidadãos entrarem!
FICHA TÉCNICA
Artista: Cidadão Instigado
Álbum: Uhuuu!
Ano: 2009
Gravadora: Independente (Patrocínio da Funarte)
Produzido por: Cidadão Instigado

FORMAÇÃO
Fernando Catatau - guitarra e voz
Regis Damasceno - guitarra, violão e voz
Clayton Martin - bateria
Rian Batista - baixo e voz
Dustan Gallas – teclado
Kalil Alaia - técnico de som e efeitos

FAIXAS
01 - O Nada
02 - Contando Estrelas
03 – Doido
04 – Dói
05 - Escolher pra quê
06 - Como as luzes
07 – Ovelhinhas
08 - A radiação na terra
09 - Deus é uma viagem
10 - Homem Velho
11 - O cabeção

DOCUMENTÁRIO INSTIGANDO NA MULTIDÃO

Produzido por Daniel Mattos (esse mesmo blogueiro da Fanzine Britadeira) e Heitor Sena na Virada Cultural de Jundiaí em 2010.

quinta-feira, 8 de março de 2012

Bárbara Eugênia – Journal de Bad (2010)

É impossível não se apaixonar a primeira vista pela carioca, que vive em terras paulistanas, Bárbara Eugênia. Sua beleza e sua voz hipnotizante são de arrepiar. O clima setentista e psicodélico de suas canções consegue nos levar para fora da órbita terrestre, ou seja, a chance deste disco causar um grande desequilíbrio emocional em sua pessoa se deve muito ao encantamento de Bárbara em suas interpretações, ela sim terá culpa na curvilínea e inseguranças de suas aventuras amorosas, você irá esperar, se confortar, aprender e tentar mais uma vez ao embalo desse belo disco.

Journal de Bad, a princípio, era o título de email que Bárbara mandava aos amigos contando suas angústias, uma espécie de newsletter afetiva. Bad era seu apelido quando ainda garota morava no Rio de Janeiro. O disco de estreia da moça traz 2 regravações que respeitam muito as obras originais. “O Tempo” de Fernando Catatau ( umas das canções mais sentimentais já gravada pelo Cidadão Instigado) e “Dor e Dor” de Tom Zé que também participa da gravação da faixa. As participações especiais deste disco fizeram uma grande diferença, destaques para a faixa “Por Aí”, composição da própria cantora com um toque do Beatle George na guitarra, as faixas em inglês com um toque deprê de “Embrace my heart and stay” e “Drop the bombs”, sua solidão amorosa é rompida com a canção “O Oposto do Osso”, uma carta confidencial sem muitas perlongas com a frase célebre “Mas ai de você sem mim”. O que seria das noites de sonhos solitários, ou dos abraços apertados da nova(o) namorada(o), sem você Bárbara? Por fim, a cantora ousa experimentando diferentes climas, o resultado final é como andar nas nuvens, ou seja, viajante e atraente!

Eu fui pego sentimentalmente por Bárbara, e caso você não esteja preparado à se perder de sua fuga amorosa cotidiana, não ouça este disco!

FICHA TÉCNICA
Artista: Bárbara Eugênia
Álbum: Journal de Bad
Ano: 2010
Gravadora: Independente
Produzido por: Junior Boca e Dustan Gallas

FORMAÇÃO
Bárbara Eugênia: voz
Felipe Maia: bateria
Junior Boca: guitarra, violão, produção e direção musical
Dustan Gallas: baixo, piano, órgão, teclados, mixagem e produção
Participações Especiais: Edgard Scandurra, Fernando Catatau, Guizado, Gil Duarte, Tatá Aeroplano, Tom Zé, Rica Amabis, Pupillo, Dengue, Otto, Axé, Karina Buhr, Juliana R, Beto Montag, Rian Batista e Regis Damasceno

FAIXAS
1. A chave
2. Por aí
3. Embrace my heart and stay
4. Haru
5. Ficar assim
6. Drop the bombs
7. Dos pés
8. Agradecimento
9. O oposto do osso
10. O tempo
11. É, rapaz!
12. Dor e dor
13. Sinta o gole quente do café que eu fiz pra ti tomar

DOWNLOAD DO DISCO

C
LIPE - POR AÍ
"Fumando mil cigarros, tomando coca-cola"

quinta-feira, 1 de março de 2012

Banda Sua Mãe – The Very Best of The Greatest Hits (2010)


O ator, Wagner Moura, você certamente conhece e dispensa comentários. Mas vamos deixar de lado a brilhante carreira do ator e falar do seu lado vocalista/compositor da banda soteropolitana Sua Mãe.

Em 2012, a banda faz 20 anos de carreira, isso mesmo! Antes mesmo de se tornar ator, Wagner Moura se aventurava como cantor. Após uma aparição relâmpago no “Altas Horas” da TV Globo e no “Circo de Edgard” da Multishow, a banda repercutiu e agitou a cena independente nacional, tocou no Studio SP na baixo Augusta, teve vinheta divulgando o disco da banda na MTV, mas nem isso conseguiu fazer com que Wagner Moura e Cia. Se rendessem ao mainstream da música brasileira. E como alternar o trabalho de ator com o de músico? Segundo o ator, o grupo não realiza ensaios. Se errar, pede desculpas e continua com o som.

Sua Mãe consegue colocar Radiohead e Waldick Soriano num mesmo patamar, o rock inglês e o brega brasileiro juntos. Wagner Moura também se destaca como um grande letrista que podemos notar com a composição da música “Clóvis”. O amor e o humor são o fio condutor do show que aborda temas típicos da música cafona como sedução, traição, desilusão com uma temática atual, isso sem falar do arranjo e da voz que consegue ambientar esse universo brega da música baiana, graças ao canto melodramático quase pastelão, aos sussurros românticos e uma veia cômica contida na voz de Wagner Moura.


Se um dia alguém disser que você tem que ouvir mais Sua Mãe. Vai lá e ouça. É Sua Mãe!

Sua Mãe é:
Wagner Moura: voz

Gabriel Carvalho: guitarra solo e vocais
Ede Marcus: guitarra base e vocais
Claudinho David: violões e vocais
Tangre Paranhos: teclados e vocais
Serjão Brito: baixoLeco: bateria

FICHA TÉCNICA
Artista: Banda Sua Mãe
Álbum: The Very Best of The Greatest Hits
Ano: 2010
Gravadora: Independente
Produzido por: André T

FAIXAS (DEMO)
01. Vanessa e o Véu
02. Relação Injusta
03. Prefixo Solidão
04. Clóvis
05. O Anel de Luzia
06. Bar de Bira
07. Desdenhou de Mim
08. Na Hora do Adeus - “Reginaldo Rossi”
09. Lágrimas de Palhaço
10. À Meia Luz
11. Desculpas Pra Quê

12. Creep (Bonus Track) - “Radiohead”

DOWNLOAD

CANAL TRAMA – VANESSA



quinta-feira, 23 de fevereiro de 2012

Banda Gentileza – Banda Gentileza (2009)

Apesar do nome, os curitibanos da Banda Gentileza invadem nossos ouvidos sem pedir permissão e com um som bem diversificado conseguem envolver o ouvinte pelas 12 faixas deste ótimo disco.

Assim como a capa do disco, uma mistura multicores, o som da banda também vária entre a valsa “O estopim”, o rock-caipira “Teu capricho, meu despacho”, samba-rock” Pia de Prédio”, samba “Preguiça”, jovem-guarda “Sintonia”, brega “33B” e o bom rock com uma pegada Los Hermanos (uma comparação barata) que se destaca no disco como “Afinal de Contas”, “O indecifrável mistério de Jorge Tadeu” e “Coracion”. O disco passeia entre o melancólico e o irônico, a versatilidade das canções se dá ao grande valor instrumental que abusa dos trompetes_com_saxofones_com_cavaquinho_com_guitarra_com_pandeiro enfim, uma festa para todos os gostos.

A nova safra de artistas que misturam rock com brasilidade acabam libertando a banda de rótulos que conseguiu conquistar um grande público com este elogiado e eleito um dos melhores álbuns de 2009. Descomplique e se divirta!

A Banda Gentileza é formada por:
Heitor Humberto: vozes, guitarra, violino, cavaquinho
Artur Lipori: trompete, guitarra, baixo, kazuo
Diego Perin: baixo, concertina
Diogo Fernandes: bateria
Emílio Mercuri: guitarra, violão, viola caipira, ukelele, backings
Tetê Fontoura: saxofone, teclado
FICHA TÉCNICA
Artista: Banda Gentileza
Álbum: Banda Gentileza
Ano: 2009
Gravadora: Nico's Studio (Curitiba - PR)
Produzido por: Plínio Profeta

FAIXAS
01. Coracion
02. O indecifrável mistério de Jorge Tadeu
03. Afinal de Contas
04. Pia de Prédio
05. O estopim
06. Teu capricho, meu despacho
07. Preguiça
08. 33B
09. Sempre quase
10. Sintonia
11. Maior com sétima
12. Pseudo eu

DOWNLOAD do disco
ou pelo site da banda clicando
aqui

CLIPE – AFINAL DE CONTAS
Em meio a uma guerra de tintas (bem mais divertido do que o paintball), a única garota da banda, Tetê Fontoura, toma chá e come cupcakes, eles vestidos de branco, ela de preto. No final, a divertida banda termina com uma grande festa multi-instrumental.


quarta-feira, 15 de fevereiro de 2012

CéU – Caravana Sereia Bloom (2012)

O norte e nordeste do país, nunca esteve em tanta evidência como se encontra neste mais recente trabalho da cantora paulista CéU. ‘Caravana Sereia Bloom’ é o seu terceiro álbum que surge após um intervalo de 3 anos, um tempo que é plausível e justificável, afinal a viagem e a reformulação musical dada ao disco, exigia uma produção bem mais explorada, algo que só a estrada percorrida por CéU em sua última turnê/inspiração conseguiu mostrar a ela (depois de escolhida as músicas, o disco foi gravado em 3 semanas).
CéU entra de cabeça na estrada e no cinema, temas principais de suas músicas. A influência jazzística dá lugar a um som brega e retro, que na voz da cantora forma uma camada ‘cult’.
O excelente resultado do disco, se deve também, ao amadurecimento da cantora como compositora, que para a produção do disco admite ter escutado muita lambada e brega. CéU soube escolher muito bem suas participações em seu disco. Foram colocados num mesmo lugar a base do Nação Zumbi de Jorge Dü Peixe, Pupillo, Lúcio Maia e Dengue, o músico e produtor Dustan Gallas, a bateria de Curumim, os solos inconfundíveis da guitarra de Fernando Catatau e o mais belo coro feminino interpretado por Anelis Assumpção e Thalma de Freitas, que junto com CéU compõe o trio Negresco Sis. Beto Villares foi o produtor dos dois primeiros discos da cantora, que agora deu lugar para o autor de trilhas sonoras de filmes e marido Gui Amabis.

FAIXA A FAIXA:
O disco abre com a música ‘Falta de Ar’ de Gui Amabis, que lembra levemente a música ‘Vou Recomeçar’ da Gal Costa, até o sotaque nordestino de CéU fica em evidência com um toque de tropicalismo.
Na segunda faixa temos uma composição da própria, ‘Amor de Antigos’ expressa todo o sentimento/saudosismo da cantora, a melancolia singela da letra vem muito bem acompanhada de um teclado brega, uma viagem setentista.
Nas duas primeiras faixas nos deparamos com uma CéU totalmente diferente de seus discos anteriores, mas espere, a cantora não poderia deixar de lado sua influência dub/reggae que a tanto lhe consagrou, e vem por meio de ‘Asfalto e Sal’, da qual CéU também assina sua letra, um reggae leve, tranqüilo e viajante.
Na quarta faixa temos sua música de trabalho, ‘Retrovisor’, letra da própria cantora, talvez a música mais brega do disco, uma pegada bem lo-fi. Música para ouvir embriagado, no final da noite, após ficar esperando horas pela pessoa querida que não apareceu.
‘Teju na Estrada’ é a quinta do disco, uma vinheta de preparação, repare nos gritos indígenas interpretados pelo Negresco Sis.
A melhor música do disco, ‘Contravento’ é uma parceria da cantora com Lucas Santtana, a Bahia aparece forte nesta música, agitada, quebra um pouco a leveza do disco, perfeita na voz dela.
Na sétima canção do disco temos uma regravação, ‘Palhaço’ de Nelson Cavaquinho torna-se uma valsa, sua voz envolvente nos leva em uma viagem por essa releitura belíssima. Destaque para o violão e assovio do músico e pai da cantora, Edgard Poças.
Mais uma releitura na oitava faixa, apesar da cantora já ter negado gravar um disco cantando em inglês, ‘You Won't Regret It’ (Lloyd Robinson e Glen Brown) aparece perfeitamente na voz de CéU, uma ótima surpresa do disco, aliás, poderia ter parado somente nessa que fechava com chave de ouro.
A nona faixa temos a vinheta ‘Sereia’, o canto que te prende e te prepara para a próxima faixa do disco, bem que se você conseguiu chegar até a nona faixa, você já caiu no canto da sereia a muito tempo.
A música mais pop do disco, em ‘Baile da Ilusão’ (CéU) a pegada brega ainda continua, agora evocando a canção popular.
O disco está acabando, na décima primeira faixa temos mais uma vinheta, ‘Fffree’, que te prepara para mais uma letra de Lucas Santanna, ‘Streets Bloom’ é bem feitinha, uma música hipnótica, chapada, viajandona... um pouco cansativa, prefiro a CéU cantando em português.
Na décima terceira faixa temos uma música de Jorge Dü Peixe, ‘Chegar em Mim’ consegue fechar o disco em grande estilo, CéU fica diferente nessa música, uma música interessante mas que muda um pouco o foco do disco, mas que como todas as outras, consegue enaltecer a atmosfera da música pela bela voz da cantora.

Com este “Caravana Sereia Bloom”, CéU faz com que sua música fique mais próxima dos ouvidos brasileiros, ou seja, deixa de ser só uma cantora pra gringo ouvir. A nova MPB é dividida em dois lados, o Lado A, onde fica a parte GLOBOlizada que tem Maria Rita, Maria Gadú e Vanessa da Mata como coadjuvantes, e existe o Lado B, aquele que consegue alcançar e se infiltrar nos submundos e regionalismos da música brasileira, onde temos como condutoras Tulipa Ruiz, Bárbara Eugênia, e com a repercussão deste seu mais novo trabalho a cantora CéU. Mas olhe cá amigo, isto é só uma aposta, se contarmos as ambições da cantora e de seus produtores, do alvo da turnê deste disco, talvez a estrada percorrida pela cantora neste disco pode tomar outro rumo, aí meu caro, a ficha pode cair em pé!


FICHA TÉCNICA
Artista: CéU
Álbum: Caravana Sereia Bloom
Ano: 2012
Gravadora: Urban Jungle / Universal Music
Produzido por: CéU e Gui Amabis

FAIXAS
01. Falta De Ar
02. Amor De Antigos
03. Asfalto E Sal
04. Retrovisor
05. Teju Na Estrada
06. Contravento
07. Palhaço
08. You Won’t Regret It
09. Sereia
10. Baile De Ilusão
11. Fffree
12. Streets Bloom
13. Chegar Em Mim

Clique aqui para fazer o DOWNLOAD do disco


CLIPE – RETROVISOR
O amor desgastado retratado por texturas envelhecidas nas imagens e deterioração com o tempo. Reflete bem a nuance do disco.Filmado na Ilha de Itamaracá, em Pernambuco.






terça-feira, 24 de janeiro de 2012

Vivendo do Ócio – O Pensamento é um Imã (2012)

Após o grande sucesso com o álbum ‘Nem Sempre tão Normal’ de 2009 e vencedor da categoria ‘Aposta MTV’ no mesmo ano. Os baianos do Vivendo do Ócio lançam no dia 07 de fevereiro seu novo CD intitulado ‘O Pensamento é um Imã’, com uma produção de respeito, a banda tenta alçar novos horizontes musicais, uma tentativa discreta de se consolidar junto aos grandes no cenário nacional.

FAIXA A FAIXA:
O CD abre com a faixa ‘Bomba Relógio’, riff grudento, rock simples e cru, ao maior estilo que consagrou a banda, é inevitável a comparação com a música ‘Cold Hard Bitch’ dos australianos do Jet.
‘Silas’, a segunda faixa, foi escolhida como música de trabalho, ou melhor, a boa da noite como os baianos falam na música. Hit certeiro, com certeza, essa maré vai dar um caldo.
Para fechar a tríade dançante e rasgada, a música ‘Tudo que eu Quero’. Os vocais que acompanham no refrão me lembram um antigo Tianastácia, com influências de ska e hardcore, sem muita sofisticação, uma das mais bacanas do disco.
Se você não notou nenhuma diferença no estilo da banda nessas três músicas que abrem o CD, não se desespere porque agora você vai ouvir o vocalista Jajá cantando ao lado de Pitty na música ‘Nostalgia’, escute duas vezes seguidas para você conseguir notar a voz discreta da cantora, e assim se familiarizar com a transformação da banda e sua saudade da Bahia, tem tudo para correr por fora como um segundo hit da banda.
Não, isso não é Skank. Na quinta música do disco, ‘Dois Mundos’, os baianos levam ao extremo essa tal de experimentação, a música mais romântica da banda, só espero que eles não levem tão a sério esse lance de eletrônico, para ouvir passando manteiga no pão.
‘Radioatividade’ é a sexta do CD, aqui eles tentam manter o rock simples mas o pé no pop radiofônico é muito forte, o refrão é grudento, ao vivo deve ser um estouro.
Na sétima e oitava música parece que as coisas voltaram a ser como era antes, em ‘O Mundo é um Parque’ e ‘Por um Punhado de Reais’, o clichê está de volta, dançante, só isso!
Se você acha que viu tudo espere, essa é a nona música, ‘O Mais Clichê’. Ao contrário do nome a música chega ao seu ápice na experimentação da banda, também com a participação de Dadi dos Novos Baianos a influência não poderia ser diferente, as guitarras dão lugares a viola, os berros dão lugar ao repente, após duas pancadas essa música causa estranheza, talvez seja isso que eles queiram causar, se você notar!
Você está preparado para terminar esta audição do mesmo jeito que começou? Chegamos a décima música e depois de tantas novidades, a música ‘Eu Preciso me Recuperar’ parece uma ode ao disco antecessor, simples, grudenta e outros artifícios que eles resgatam do estilo que os consagrou.
O disco acaba com ‘Eu Gastei’, as guitarras estão sujas como nunca nesta música, o vocal de Jajá ainda mais poderoso, pouco mais de um minuto de um som garageiro e distorcido, assim como a música acaba deixando o fã da banda esperando algo á mais, o disco parece deixar essa idéia, só conferindo ao vivo para ver o resultado de todo este trabalho.

A criatividade dos baianos é indiscutível, afinal eles estão buscando manter uma identidade. Após um disco meio experimental, meio cru (que remete ao som do primeiro trabalho), eles se transformam numa incógnita, a liberdade seria do amadurecimento natural da banda ou teria o dedo encravado de seus produtores? Este disco pode não ser tão explosivo quanto seu antecessor, a fórmula do sucesso está sendo reestruturada, abusando um pouco mais de sua ousadia e de sua maturidade, creio que o futuro do rock nacional esteja nas mãos desses baianos. Um futuro nem tão distante!




FICHA TÉCNICA
Artista: Vivendo do Ócio (Jajá Cardoso – vocal e guitarra, Luca Bori – baixo e voz, Davide Bori – guitarra, Dieguito Reis – bateria)
Álbum: O Pensamento é um Imã
Ano: 2012Gravadora: Deck Disk
Produzido por: Chuck Hipolitho e Rafael Ramos
Masterizado por: Brian “Big Bass” Gardner (Los Angeles)

FAIXAS
1. Bomba Relógio
2. Silas
3. Tudo Que Eu Quero
4. Nostalgia (part. especial de Pittty e Martin)
5. Dois Mundos
6. Radioatividade
7. O Mundo É Um Parque
8. Por Um Punhado De Reais
9. O Mais Clichê (part. especial de Dadi dos Novos Baianos no baixo)
10. Preciso Me Recuperar
11. Eu Gastei


Clique aqui para fazer o DOWNLOAD do disco
Ou, se preferir, escute todas as faixas pelo You Tube clicando aqui


CLIPE – SILAS
O que era antes uma viagem de bicicleta pela Bahia, agora é de carro pela Itália, o bom humor continua o mesmo!






quarta-feira, 18 de janeiro de 2012

Miranda Kassin & André Frateschi – Hits do Underground (2010)


“Ele é Black&Decker, ela White-Westinghouse”, a banda que compôs essa música, ‘O Degrau’, não é tão conhecida, mas sua música ‘220v’ parece que foi feita para Miranda e André, assim como na música que combina uma ‘furadeira’ com uma ‘lavadoura’, ela completa ele, e ele completa ela. Um casal que consegue transpor todo o romantismo da relação em suas belas interpretações.

Presença carimbada na baixo Augusta, quase sempre no Studio SP. O casal consegue levantar uma bandeira do cenário alternativo representando artistas independentes com um repertório muito bem escolhido dedicado a década de 2000 ( com exceção da faixa ‘Só Tetele’ dos Mulheres Negras dos anos 90). Sejam as canções interpretadas em dueto ou solo, é fácil identificar que as músicas foram escolhidas a ‘dedo’ e em conjunto, até mesmo um ‘filha da puta’ na voz de Miranda Kassin soa bonito como na música ‘Fita Bruta’. Já ‘Artista é o Caralho’ parece um grito rebelde dos novos tempos, enquanto André canta com toda força, em contraponto, Miranda nos tranqüiliza com o refrão. ‘Semáforo’ ganhou uma outra timbragem diferente da rouquidão de Hélio Flanders, ‘Rodaldo El Mundo’ também traz toda uma sonoridade ‘espanol salvaje’ que Wander Wildner trouxe em seus últimos trabalhos, porém, ambas as músicas são as que mais se aproximam de sua versão original. ‘Magrela Fever’ do Curumim trouxe todo uma leveza pro disco, estrofe por estrofe suas vozes vão crescendo até o ápice de seu refrão, o tipo de música que você quer ouvir sozinho, no quarto, em silêncio, com a mão fazendo conchinha sobre os ouvidos tampando o fone, uma das minhas preferidas antes de dormir.

Reservei uma estrofe exclusiva para a melhor música do disco:A junção de uma crônica de Xico Sá com a composição de Tatá Aeroplano, fez da música ‘Dê’ uma última tentativa para que os covardes no amor tomem vergonha na cara, acreditem na felicidade, acreditem no carinho. O amor sempre acaba, mas nunca deixem de enfrentá-lo, seja numa mentira sincera ou como um canalha confesso, e amanheça de cabeça dentro dela! Por experiência própria, encare isso como uma realidade.

Gravar um cd intitulado como ‘Hits do Underground’ pode até soar precipitado, mas foi assim que fizeram dessas canções a melhor homenagem a seus compositores. É sim um cd de intérprete, e o melhor da última geração.



FICHA TÉCNICA
Artista:
Miranda Kassin e André Frateschi
Álbum: Hits do Underground
Ano: 2010
Gravadora: Independente
Produção: Plínio Profeta

FAIXAS
01- Semáforo (Vanguart)
02- Magrela Fever (Curumim)
03- 220 Volts (O Degrau)
04- Deixe-se Acreditar (Mombojó)
05- Dê (Cérebro Eletrônico)
06- Zeitgeist (Numismata)
07- Fita Bruta (Wado)
08- Artista é o Caralho (Rubinho Jacobina)
09- O dia em que Seremos Felizes (Ludov)
10- Só Tetele (Os Mulheres Negras)
11- Rodando El Mundo (Wander Wildner)


Clique aqui para fazer o download do cd

Destaque ao clipe da música ‘Dê’, é impossível não se imaginar sendo um deles!


quarta-feira, 4 de janeiro de 2012

2011 FOI O ANO DOS FREE-DOWNLOADS

Falar do novo cenário nacional dos artistas independentes e não citar a ajuda da internet para sua divulgação é contestar um fiel namoro de muito tempo, que aliás, veio para consagrar o ótimo ano que 2010 proporcionou a esses artistas. Karina Bhur, Tulipa Ruiz, Marcelo Jeneci, Bárbara Eugênia, entre outros, só para citar foram alguns que tiveram grande destaque e conseguiram se firmar em 2011.

O novo conceito de divulgação nada mais é, do que esclarecer a diferença entre acessibilidade e pirataria, uma questão que a muito tempo é discutida e que até hoje existem os dois lados da moeda; uma seria a grande divulgação via downloads e a outra seria a não remuneração pela distribuição dos formatos em MP3. A internet é indiscutivelmente a melhor estratégia de divulgação das bandas, sejam elas nacionais ou estrangeiras, vários desses artistas de destaque de 2011 saíram do anonimato e conseguiram ampliar seu espaço e o alcance de sua música graças ao MP3 que toca no seu IPod, no celular, no computador.




CRIOLO – Nó na Orelha

A bola da vez é o cantor paulista Criolo, que transita sua música entre o hip-hop, o samba, o soul e o reggae. Foi o grande vencedor dos prêmios de melhor disco, música e revelação do VMB 2011, organizado pela MTV. Seu disco, ‘Nó na Orelha’ de 2011, foi eleito o melhor disco nacional do ano pela revista Rolling Stone. Destaque para o seu maior sucesso ‘Não Existe Amor em SP’ cantado em dueto com Caetano Veloso no VMB 2011.

download:
http://www.criolo.net/


KARINA BHUR – Longe de Onde

Após o grande sucesso de 2010 com “Eu Menti Pra Você”, que foi eleito o 3º melhor disco de 2010 pela revista Rolling Stone. A pernambucana, Karina Bhur, em 2011 conseguiu se firmar no cenário nacional conseguindo ter seu último álbum, ‘Longe de Onde’, eleito o 8º melhor disco nacional pela revista Rolling Stone. Famosa por suas empolgações nos shows, a cantora consegue misturar romantismo e ironia com uma riqueza única em suas letras. Destaque para o clipe de ‘Cara Palavra’ gravado no Marrocos.

download:
http://www.karinabuhr.com.br/


CHINA – Moto Contínuo

O polivalente ex-vocalista da extinta banda Sheik Tosado, teve seu lugar ao sol em 2011. O cantor China, que também é apresentador do programa ‘Na Brasa’ da MTV, conquistou, com grande mérito, o posto de defensor dos artistas independentes do ano, fazendo com que a MTV desce mais respaldo aos artistas desse cenário. O CD ‘Moto Contínuo’ teve parceria com as belas vozes de Pitty, Ylana Queirog e Tiê. As músicas transitam entre o dançante e a balada. Um disco denso, enérgico e romântico, onde cada música tem sua característica única. Destaque para o clipe ‘Só Serve Pra Dançar’ que teve a colaboração de suas fãs em vídeos caseiros mexendo as cadeiras, literalmente.

download:
chinaman.com.br


APANHADOR SÓ - Acústico-Sucateiro

Reiventar. Neste disco o quarteto do ‘Apanhador Só’ preferiu lapidar suas músicas mais conhecidas, transformar sucata em percussão – furadeira, máquina registradora, pato de borracha e a roda de bicicleta, símbolo da banda -, uma transmutação de estilos e gêneros, algo entre o incomum e o estranho que faz do Apanhador Só uma banda surpreendente. Um disco com as melhores sem ter uma MTV ou uma Multishow na produção. Destaque para a música ‘Prédio’ e a roda de bicicleta como percussão.

download:
www.apanhadorso.com/


E o que esses artistas tem em comum, além de se tornarem as grandes promessas do cenário da música nacional? Os discos deles estão disponibilizados gratuitamente para download, em suas respectivas páginas, provando que o público é quem faz o show, e para um artista até então desconhecido, o único modo de atrair fãs é com sua música, só assim seu trabalho será reconhecido, para muitos deles, só assim para conseguirem viver como músicos. Você baixaria o CD de um dos artistas acima? Você compraria o CD de um dos artistas acima? Afinal, qual foi a última vez que você entrou numa loja de CD’s?